Alguns tumores podem interferir diretamente na produção hormonal do organismo, levando a síndromes clínicas complexas. Essas alterações podem ser causadas tanto por tumores que surgem nas glândulas endócrinas quanto por tumores não endócrinos que produzem hormônios de forma ectópica.
Tumores Endócrinos Funcionais:
São tumores que se desenvolvem em glândulas como hipófise, adrenal, tireoide e pâncreas, produzindo hormônios em excesso. Entre os mais comuns:
- Adenomas hipofisários: podem secretar prolactina, GH (hormônio do crescimento), ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), entre outros.
- Feocromocitoma: tumor da medula adrenal que produz catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), causando hipertensão severa.
- Insulinoma: tumor do pâncreas que libera insulina de forma descontrolada, levando à hipoglicemia.
- Tumores carcinoides e outros tumores neuroendócrinos: podem secretar substâncias como serotonina e causar sintomas sistêmicos.
Síndromes Paraneoplásicas Endócrinas:
Ocorrem quando tumores malignos em outras partes do corpo (como pulmões ou rins) produzem hormônios ou substâncias semelhantes a hormônios, gerando sintomas hormonais mesmo sem envolvimento direto das glândulas.
Exemplos:
- Síndrome de Cushing ectópica: tumores pulmonares produzem ACTH, elevando o cortisol.
- Hipercalcemia por PTHrP: alguns tumores secretam proteínas semelhantes ao hormônio da paratireoide, elevando o cálcio sanguíneo.
Sintomas Possíveis:
- Ganho ou perda de peso repentina
- Aumento de pelos
- Alterações menstruais ou infertilidade
- Hipertensão de difícil controle
- Fraqueza muscular, ansiedade, sudorese excessiva
- Hipoglicemias ou hipercalcemia
Tratamentos:
- Cirurgia: é o tratamento mais indicado quando o tumor é localizado e operável.
- Tratamento clínico: uso de medicamentos para bloquear os efeitos hormonais ou inibir a produção hormonal excessiva.
- Radioterapia e quimioterapia: em casos de tumores malignos ou irressecáveis.
- Reposição ou bloqueio hormonal: dependendo se o problema é por excesso ou deficiência hormonal.
- Monitoramento constante: com exames laboratoriais e de imagem para avaliar a resposta ao tratamento e possíveis recidivas.
Acompanhamento médico especializado:
O endocrinologista tem papel essencial no diagnóstico precoce, na investigação hormonal e no acompanhamento dos pacientes com tumores produtores de hormônios. A colaboração com outras especialidades, como oncologia e cirurgia, é muitas vezes necessária para o manejo completo da doença.